INTRODUÇÃO


O PanAfGeo pode desempenhar um papel importante no aumento dos conhecimentos geológicos nos países africanos, permitindo-lhes estimar melhor as suas reservas minerais nacionais, planear melhor os orçamentos com base nas receitas previstas provenientes dessas reservas e proporcionar um maior poder de negociação face às empresas mineiras.África está bem dotada de recursos minerais, produzindo mais de 60 metais e minerais diferentes (cobre, níquel, bauxite, manganês, cobalto, platina, ouro, diamantes, ródio e ferro) e o potencial do continente é enorme, com grande parte do território ainda por explorar, mas até agora ainda não colheu os benefícios em termos de desenvolvimento decorrentes desses recursos.Entretanto, a Europa está cada vez mais preocupada com o aumento da procura global e dos mercados voláteis que ameaçam o acesso às matérias-primas – e os 30 milhões de postos de trabalho dependentes dos mesmos.Neste âmbito, África e a União Europeia partilham o interesse de melhorar as competências e os conhecimentos em África, designadamente no domínio da geologia, a fim de reforçar a exploração sustentável e o pró-desenvolvimento dos recursos minerais, mas também para a gestão de infraestruturas, dos recursos hídricos e da energia, assim como a prevenção e atenuação de catástrofes naturais.A UE, através das suas políticas de desenvolvimento (ou seja, a estratégia da UE para as matérias-primas) e em parceria com países em desenvolvimento, identificou situações mutuamente vantajosas em que tanto os países desenvolvidos como os países em desenvolvimento podem beneficiar do fornecimento sustentável de matérias-primas e da utilização de recursos financeiros domésticos provenientes do setor mineiro para o desenvolvimento sustentável com vista a apoiar os objetivos das estratégias de crescimento inclusivo e redução da pobreza.Neste quadro, foi criada uma cooperação entre os estudos geológicos europeus (EGS) e o seu homólogo em África, a Organização de Serviços Geológicos Africanos (OAGS). Esta cooperação visa continuar a desenvolver a capacidade da OAGS, melhorar os sistemas de ensino e formação nacionais e apoiar o desenvolvimento de uma base de conhecimentos geológicos pan-africana abrangente.